Nossa História

Quando o maranhense Aurimar Monteiro de Araújo chegou em Bragança, aos 19 anos, a cidade paraense estava em festa. Era dia do padroeiro São Benedito e o povo celebrava a Marujada, dança folclórica local. Anos depois, o homem que criou 32 filhos, um biológico, também chamado Aurimar, e todos os outros adotados, decidiu retribuir o carinho que recebeu. Com seu conhecimento sobre marcenaria, construiu rabecas para as crianças poderem tocar e fundou uma escola de música, que hoje ensina violoncelo, flauta doce, flauta transversa, trombone e tantos outros instrumentos, além da arte de construir rabecas. Aurimar virou Mestre Ari das Rabecas, um dos mais renomados artesãos do instrumento na Região Amazônica, e o responsável pela instituição, conhecida como Sons do Caeté.Mestre Ari não toca nenhum instrumento, mas já ensinou mais de 280 alunos, entre crianças, adolescentes e jovens, capacitando-os como artesãos e tocadores de rabecas, elaboradas com matérias primas da floresta. Professores como Moisés e Mosaías dedicam grande parte do seu tempo ao ensino de música às crianças. Diego Carneiro, violoncelista que mora no exterior desde a adolescência, todo ano vai à Bragança levar seu conhecimento aos alunos. A prioridade são os mais humildes, como Mário, filho do pescador Machico, que todo dia viaja do município de Augusto Corrêa para aprender um pouco mais sobre a viola de arco, instrumento da mesma família da rabeca. O jovem nunca tinha saído da região, mas em 2010 veio ao Rio de Janeiro se apresentar com a Orquestra de Rabecas da Amazônia, criada dentro a escola de Mestre Ari. A história de Mestre Ari das Rabecas e a de seus discípulos será contada pelo Criança Esperança através de um filme feito pela equipe de Emerson Muzeli, que viajou ao interior do Pará e registrou belíssimas imagens e emocionantes entrevistas para mostrar ao espectador uma das instituições ajudadas pelo projeto da Rede Globo em parceria com a Unesco.
Um prédio antigo na Av. Nazeazeno Ferreira, em uma cidade distante cerca de 200 quilômetros da capital paraense, Belém, é o endereço mais musical do município de Bragança. É lá que centenas de crianças e adolescentes constituem uma unidade em defesa da música, em um caminho desbravado que contribui para educação, a preservação e a cidadania.
Conduzidos por um homem humilde, pai de 32 filhos adotivos, que hoje, aos 75 anos e em uma cadeira de rodas, dedica a vida para a promoção do bem, da dignidade e da fraternidade, conduzindo o projeto “Sons do Caeté”.
Desde 2002, em suas oficinas de confecção de rabecas, Aurimar Monteiro de Araújo, conhecido como mestre Ari da Rabeca, formou muitos adolescentes e jovens, além de possibilitar que este instrumento musical, ancestral do violino, tivesse sua memória, o seu modo peculiar de tocar preservado para as futuras gerações.
Tudo começou com um pequeno grupo, formado na época por oito crianças, um dia, uma delas chegou com uma rabeca, esculpida no terçado, com fios que simulavam cordas e que utilizavam pregos como cravelhas, é impossível descrever aqui a emoção conquistada com aquele gesto, a partir de então Mestre Ari não vendeu mais nenhuma rabeca e dedicou a vida, construindo mais instrumentos para doá-los para mais crianças, pagando professores com sua aposentadoria de um salário mínimo.
O trabalho cresceu e ele conseguiu criar a primeira Orquestra de Rabecas da Amazônia, além de muitos outros grupos musicais como a Banda de Metais Sons do Caeté, formada por 45 instrumentistas, o Grupo de Carimbó Raízes da Amazônia, etc...
Com o apoio do Criança Esperança ampliado para aproximadamente 500 crianças, adolescentes e jovens atendidos. Hoje a pequena escola de música deu espaço para um instituto que continuamente forma luthiers e artistas, hoje conta com um laboratório de informática, uma biblioteca, etc...


Histórico do Instituto AMA / Antecedentes

O Instituto de Artes Aurimar Monteiro de Araújo – Instituto AMA, é um dos organismos não governamentais mais ativos e referência no ensino-aprendizado de música no município de Bragança, atendendo ainda crianças, adolescentes e jovens, além dos municípios adjacentes de Augusto Corrêa e Tracuateua.
O Instituto AMA garante a expressão de nossa identidade e cultura por meio de iniciativas que mantém viva e expressiva a arte do povo bragantino, preservando-a para as futuras gerações e, garantindo que, tais fazeres artísticos transformem-se em verdadeira manifestação popular.
O Instituto concretiza ações que valorizam e promovem a cidadania, a cultura e a educação através da música e de outras atividades artístico culturais. Difundimos a rabeca (violino bragantino rústico) garantindo a preservação de sua história e identidade cultural através do ensino desta arte às crianças e adolescentes, formando novos rabequeiros e proporcionando o conhecimento deste riquíssimo instrumento, a forma de confeccioná-lo e tocá-lo. Garantimos assim a continuidade da memória cultural da rabeca que estava em vias de desaparecer e agora é patrimônio vivo do povo.
O Instituto AMA é aberto a todo cidadão ou cidadã, contudo, prioriza o atendimento à crianças e adolescentes carentes e em situação de risco social, meninos e meninas que fazem parte de novos arranjos familiares, nos quais a pobreza não se manifesta, apenas, pela falta de comida, roupas, material e saúde, fazendo com que o acesso mínimo à cultura seja algo muito presente e expressivo na realidade de cada uma dessas pessoas que formam o nosso público, e, visto que o trabalho que promovemos é de cunho social, todas as atividades são gratuitas e desenvolvidas em sua grande maioria por voluntários. O voluntariado é o eixo principal que move o instituto.
A constatação de que havia um único artesão e poucos tocadores de rabeca na região bragantina fez acender um sinal de alerta, pois os modos de fazer e tocar o instrumento corriam o risco de completo desaparecimento, com isso o trabalho desenvolvido possibilitou que a arte da rabeca fosse reconhecida pelos mais jovens e valorizada, dada sua importância como patrimônio material e imaterial da histórica cidade de Bragança e adjacências.
O Instituto AMA possui uma escola de música, que desde 2002 já beneficiou mais de 780 crianças e adolescentes, além de ter capacitado novos artesãos através da Oficina Escola de Lutheria, muitos destes já estão empregando o que aprenderam como um trabalho que tem gerado renda familiar. O esforço conjunto entre alunos e professores resultou na primeira e única orquestra de rabecas da Amazônia, formada por 35 instrumentistas, alunos mais experientes da escola de música.
Além disso foi criada a Banda Musical Sons do Caeté, que em seu primeiro ano conquistou o Campeonato Paraense de Bandas Musicais e outros concursos no interior do Pará, a banda conta com 70 instrumentistas de sopro e percussão.

Áreas abordadas no campo sócio-cultural educativo

Ao longo destes anos, o Instituto AMA desenvolveu programas e ações integrados que abrangeram todas as temáticas a seguir:

• Inclusão social e políticas de voluntariado;
• Vivência do patrimônio imaterial;
• Valorização e preservação da memória cultural;
• Programas de infância, adolescência e juventude;
• Educação musical;
• Formação Artística e descoberta de talentos;
• Qualificação para a formação profissional;
• Oportunidades de trabalho e geração de renda;
• Políticas de diversão e entretenimento;
• Produção de espetáculos artísticos;
• Difusão da cultura musical regional;
• Revitalização de espaços públicos de circulação e lazer;
• Formação de novas platéias.
Escreva para ama.instituto@gmail.com ou ligue para(91) 3425-1459

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